Vinhos Verdes
Região dos Vinhos Verdes tem:
- Os Solos são maioritariamente graníticos, tem acidez elevada e baixo nível de fósforo, pouco férteis.
- O clima da região é ameno devido á influência da brisa marítima. Os níveis de precipitação são elevados logo o nível de humidade atmosférica é relativamente alta.
Existem ainda muitas vinhas conduzidas á moda antiga, a vinha de enforcado ou uveira: as videiras são plantadas junto a uma árvore e crescem apoiadas nos ramos da árvore de suporte. No entanto, a maioria das novas explorações vitícolas optam por métodos modernos de condução da vinha.
As castas brancas mais utilizadas na região são: a casta Alvarinho, Loureiro, Trajadura, Avesso, Arinto (designada por Pedernã nesta região) e Azal.
O vinho tinto produzido nesta região não é do agrado da maioria das pessoas, é muito ácido e tem uma cor vermelha bastante carregada. É elaborado a partir de castas como Vinhão, Borraçal, Brancelho, entre outras, sendo apreciado para acompanhar a gastronomia típica da região. São também as pessoas mais idosas que por crença ou por sabedoria, bebem vinho verde tinto para baixar os diabetes.
O vinho verde branco é tipicamente acidulado, leve, pouco alcoólico, de cor citrina ou palha e tem óptimas propriedades digestivas. Chama-se vinho verde não pela paisagem tipicamente verde mas sim pelas uvas que são colhidas ainda verdes.
Derivado de mostos medianamente ricos em açúcar, mas ricos em ácido, de pH baixo, com suficientes teor de azoto, as fermentações são fáceis e totais. Como defeito pode-se apontar precisamente a facilidade e rapidez com que decorre o trabalho fermentativo,
o que provoca brusco aumento de temperatura que, em especial nos vinhos brancos, é preciso dominar para obter o máximo de qualidade.
É curioso saber que a legislação vitivinícola portuguesa de 1946 dividia os vinhos nacionais, precisamente, entre "verdes" e "maduros", pelas uvas serem apanhadas ainda verdes ou já maduras.
A região foi delimitada no início do século XX e, actualmente, a Denominação de Origem divide-se em nove sub-regiões: Monção, Lima, Basto, Cávado, Ave, Amarante, Baião, Sousa e Paiva. Cada uma produz formas distintas de Vinho Verde, sendo notórias as diferenças entre os vinhos produzidos no norte ou no sul da região. Por exemplo, o Alvarinho de Monção é um vinho branco seco e bastante encorpado, enquanto o Loureiro do vale do Lima é mais suave e perfumado.
A história dos vinhos verdes não começa aqui… A partir do século XII existem já muitas referências à cultura da vinha cujo incremento partiu da iniciativa das corporações religiosas a par da contribuição decisiva da Coroa.
A viticultura terá permanecido sem grande expressão até aos séculos XII-XIII, altura em que o vinho
entrou definitivamente nos hábitos das populações do Entre-Douro-e-Minho. A própria expansão demográfica e económica, a intensificação da mercantilização da agricultura e a crescente circulação de moeda, fizeram do vinho uma importante e indispensável fonte de rendimento.
Embora a sua exportação fosse ainda muito limitada, a história revela-nos, no entanto,
que terão sido os «Vinhos Verdes» os primeiros vinhos portugueses conhecidos nos mercados europeus (Inglaterra, Flandres e Alemanha), principalmente os da região de Monção e da Ribeira de Lima.
A orientação para a qualidade e a regulamentação da produção e comércio do «Vinho Verde» surgiriam no início do século XX.
No entanto, o texto da Carta de Lei de 1908 apenas é regulamentado no ano de 1926
através do Decreto n.º 12.866, o qual veio estabelecer o regulamento da produção e comércio do «Vinho Verde», consagrando o estatuto próprio da «Região Demarcada, definindo os seus limites geográficos, caracterizando os seus vinhos, e criando a «Comissão de Viticultura da Região dos Vinhos Verdes» instituída para o pôr em execução. Posteriormente, em 1929, o referido regulamento viria a ser objecto de reajustamento através do Decreto n.º 16.684.
Motivo de grande significado à escala mundial, foi a aceitação do relatório de reivindicação
da Denominação de Origem «Vinho Verde», apresentado ao OIV - Office International de la Vigne et du Vin -, em Paris (1949), e posteriormente, o reconhecimento do registo internacional desta Denominação de Origem pela OMPI - Organização Mundial da Propriedade Intelectual, em Genebra (1973).
O reconhecimento da Denominação de Origem veio assim conferir, à luz do direito internacional, a exclusividade do uso da designação «Vinho Verde» a um vinho com características únicas, devidas essencialmente ao meio geográfico, tendo em conta os factores naturais e humanos que estão na sua origem.
Os vinhos verdes, produzem-se excelentes aguardentes, vínicas e bagaceiras.