A região Douro encontra-se no nordeste de Portugal, na bacia hidrográfica do Douro, rodeada de montanhas que lhe dão características particulares.
Antigamente, era apenas no Alto Douro que tinha expressão a cultura da vinha.
Com a reforma administrativa de 1936, a própria região do Alto Douro passou a ser designada por Baixo Corgo e Alto Corgo, servindo esta subdivisão também para diferenciar os vinhos produzidos numa ou noutra sub-região. Hoje em dia o Douro divide-se em 3 sub-regiões: Baixo Corgo a oeste, Cima Corgo no centro e Douro Superior a leste.
É uma das mais antigas regiões demarcadas da história do vinho, contando já com mais de 250 anos. Em 1756 nasceu a região demarcada do Douro, uma das primeiras do mundo. Esta região demarcada era administrada pela Companhia Geral da Agricultura das Vinhas do Alto Douro. Este organismo tinha como principais competências fazer a limitação da região e registo das vinhas, classificar os vinhos de acordo com a sua qualidade e estabelecer determinadas práticas vitivinícolas na região.
O vinho do Porto é o mais conhecido desta região. Este tem origem em terras pobres e encostas escarpadas banhadas pelo rio Douro. Para alem do Porto, os seus vinhos tintos e brancos são também de elevada qualidade.
Os solos são essencialmente compostos por xisto grauváquico embora, em algumas zonas, existam solos graníticos.
Estes solos não são fáceis de cultivar tanto devido á sua inclinação como devido á sua composição, no entanto, são benéficos para a longevidade das vinhas e permitem mostos mais concentrados de açúcar e cor.
As vinhas dispõem-se do cimo dos vales profundos até à margem do rio e criam uma paisagem magnífica reconhecida pela UNESCO como Património da Humanidade em 2001.
No Douro temos três formas distintas de plantação: em socalcos, em patamares e ao alto. Os socalcos são frequentes em zonas cuja inclinação é elevada e assemelham-se a varandas separadas por muros de xisto grauváquico. Os patamares são constituídos por terraços construídos mecanicamente sem muros de suporte às terras, enquanto a plantação ao alto tem em conta a drenagem dos terrenos e o espaço necessário para a mecanização e movimentação das máquinas na vinha.
De um modo geral, o clima é bastante seco e os conjuntos montanhosos oferecem às vinhas protecção contra os ventos. No Baixo Corgo o ar é mais húmido e fresco, pois recebe ainda alguma influência atlântica. Além disso, a pluviosidade é mais elevada, ajudando a fertilizar os solos e a aumentar a produção. No Cima Corgo, o clima é mediterrâneo e no Douro Superior chega mesmo a ser desértico (as temperaturas chegam aos 50ºC no Verão).
A região do Baixo Corgo, outrora considerada a melhor região para a produção do vinho do Porto, revela melhores condições para a produção de vinho de mesa. Na zona do Pinhão (Cima Corgo) os bagos de uva atingem maior concentração de açúcar, sendo uma área considerada perfeita para a produção de vintages. Os vinhos brancos, espumantes e o generoso Moscatel provêm das regiões mais altas de Cima Corgo e Douro Superior. O melhor vinho do Porto é feito nas encostas mais áridas e próximas do rio, enquanto os vinhos de mesa são produzidos nas encostas mais frescas.
As castas cultivadas na região são de baixa produção, contudo têm uma história secular, já que algumas castas provêm da época da Ordem de Cister (Idade Média). As melhores castas para a produção de vinho do Douro e Porto são: a Touriga Nacional, Touriga Franca, Tinta Barroca, Aragonez (na região denominada de Tinta Roriz) e Tinto Cão. As novas quintas da região cultivam essencialmente estas castas, mas também outras muito importantes e com bastante expressão na região, como por exemplo, as castas Trincadeira e Souzão. A produção de vinhos brancos é essencialmente sustentada pela plantação de castas como a Malvasia Fina, Gouveio, Rabigato e Viosinho. Para a produção de Moscatel, planta-se a casta Moscatel Galego.
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